sábado, 8 de março de 2008

A primeira do ano ...(Grade)!


Hoje de manhã, Sábado, dia da mulher e da "marcha da indignação" que reuniu em Lisboa, pelos vistos, mais de 85 mil professores contra esta política socialista para a educação, arrogante, incompetente, injusta e avulsa, fui, depois de levar a minha cara metade aos autocarros que partiam da praça Dr. Francisco Sá Carneiro do Porto (Homem Integro, Vertical...do Norte - são as vantagens de ter um blog; escrevo o que quero...) fui, dizia eu, molhar as minhas amostras, que corriam um sério risco de gretar por tanta falta de água, para os lados de Gaia.
Ondulação de 1,5 metros, pouco vento, águas ligeiramente tapadas, pressão assim-assim, céu encoberto... as condições até se apresentavam boas. Mas não, nada. Mesmo nada, de repente lembrei-me: Será que eles (os robalos) também foram para a manifestação em Lisboa? Eu disse que sim. Hora e meia depois, ou nem isso, amostras no saco.
Também não estava com muita disposição para pescar sinceramente. Tive isso sim, mais uma vez, a oportunidade e o privilégio de apreciar a beleza da nossa costa e a sua diversidade.
Ir para outro continente fazer férias para os recifes, para quê? Nós temo-los cá, aqui, pertinho, não acreditam? É verdade!
São os recifes de barroeira (Sabellaria alveolata).
A barroeira é uma minhoca poliqueta, que vive na zona entre marés de praias rochosas com as existentes aqui. A importância da barroeira reside no facto de os seus recifes contribuírem para a diversidade animal e, consequentemente, para o aumento dos recursos marinhos.
Mais de 140 espécies diferentes vivem nos recifes da barroeira.
Podemos então concluir que a barroeira é muito importante para o equilíbrio da cadeia alimentar marinha, que nós temos de preservar e cuidar dada a sua extrema vulnerabilidade.
Na Aguda, pequena freguesia do concelho de Vila Nova de Gaia, tenta-se conciliar dois mundos que normalmente vivem de costas voltadas: a pesca, ainda baseada em técnicas ancestrais, e a preservação dos recursos do mar podem ainda ser aqui observados.
Os velhos lobos do mar, pescadores, podem ser observados na reparação das redes e dos diversos apetrechos de pesca e os ‘caíques’ deitados na areia, pequenas embarcações locais operadas por dois ou três homens, e tudo isto ao vivo e a cores.
Mas o melhor mesmo é fazerem uma visita à Estação Litoral da Aguda, pessoalmente, ou em: http://www.fundacao-ela.pt/.
Sempre podem ver os nossos amigos robalos e os seus diversos primos nos diversos aquários, assim como o Museu da E.L.A..
Vale bem a pena a visita. Divirtam-se e… eu disse que tinha gradado, pois…nem reparei.
Boas pescarias para todos. ;)

2 comentários:

fergar disse...

Amigo Paulo,

É esse o espírito. Gradar não tem qualquer importância. Outros dias virão que mal darão para apreciarmos a natureza.

Sobre as condições de pesca, também não as entendo. Às vezes parece que está tudo 5* para uma boa pescaria...e nada. Pena os robalos e outras espécies não nos dizerem os porquês. Mas depois já não tinha piada.

Sobre o trabalho que o blog dá, nada se faz sem ele, e seria interessante um artigo bem estruturado sobre os vários tipos de amostras (com imagens),suas utilizações, etc, em português, mesmo que demore tempo a fazer. Também temos que ir à pesca, não é verdade?

Um abraço.

Mário Santos

Paulo Machado disse...

Olá Mário Santos,
Claro que gradar até faz bem eheheh... Ai se nós os entendessemos...(os robalos, claro), desconfio que já só os veríamos nos aquários.
Prometo deixar um artigo sobre as minhas amostras, as que mais utilizo...com fotos.
Para aqueles que como o senhor deixam os seus comentários, o que me alegra como é evidente, ...e para aqueles que só ..."nos visitam", o que me entristece mais. Contudo existe sempre uma solução, não é.
Muito obrigado pelo seu comentário, volte sempre ;)